quinta-feira, 27 de maio de 2010

Poesia do bilau

NA PORTA DO CU DO DONO (De Maciel Melo e Zé Marcolino)



Essa rôla antigamente vivia caçando briga

Furando pé de barriga

Doidinha pra fazer gente

Mas hoje tá diferente

No mais profundo abandono

Dormindo um eterno sono

Não quer mais saber de nada

Com a cabeça encostada

Na porta do cu do dono.



Já fez muita estripulia

Firme que só bambu

Mais parecia um tatu

Fuçava depois cuspia

Reinava na putaria

O priquito era seu trono

Trepava sem sentir sono

E sem precisar de escada

Mas hoje vive enfadada

Na porta do cu do dono.



Nunca mais desvirginou

Uma mata vaginosa

Há muito tempo não goza

A noite de gala passou

Vive cheia de pudor

Sonolenta e sem abono

Faz da ceroula um quimono

E da cueca uma estufa

Vive hoje a cheirar bufa

Na porta do cu do dono.
 
 
Essa sim é uma poesia profunda ...

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