A demissão, esta sexta-feira, do bispo belga Roger Vangheluwe, de 73 anos, que admitiu ter abusado de um menor, foi anunciado pelo departamento de imprensa do Vaticano e confirma a nova linha do Papa de aplicar a "tolerância zero" frente à pedofilia.
"Quando ainda era um simples sacerdote e durante um tempo após ser nomeado bispo, abusei sexualmente de um jovem que fazia parte do meu entorno", confessou Vangheluwe em um comunicado divulgado também pela Santa Sé.
Vangheluwe é o primeiro bispo que renuncia por estar diretamente envolvido no abuso sexual de um menor após a onda de escândalos que castiga a Igreja Católica da Europa e dos Estados Unidos desde o início do ano pelos padres pedófilos e que se estendeu a Brasil e Chile.
"O Papa começa a fazer limpeza e resulta mais rigoroso do que se esperava", assegurou à AFP o vaticanista Bruno Bartoloni.
"Também toma medidas exemplares contra os responsáveis de ter encoberto os casos", acrescentou.
Com estas medidas, Bento 16 demonstra "que põe em andamento a operação limpeza, uma batalha moral e espiritual que sente profundamente", comentou por sua vez o vaticanista Marco Politi.
"A anunciada queda de cabeças começa a se cumprir", disse Politi.
A nova fase de "limpeza" interna havia sido anunciada em 20 de março pelo mesmo pontífice na Carta Pastoral dirigida aos católicos irlandeses.
Nela não só manifesta a "vergonha" e os "arrependimentos" de toda a Igreja frente ao escândalo de pedofilia, senão que anuncia que os sacerdotes culpados de abusos sexuais responderão "perante Deus" e ante a Justiça.
"Deve-se admitir que foram cometidos erros de avaliação e que houve falhas de governo", escreveu o Papa no capítulo dedicado aos "irmãos bispos".
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